Poemas e Prosas Poéticas

A NEGAÇÃO DE ANA CRISTINA




Quando o conheci, pelo nome completo, ele ainda me chamava...
Era senhorita, virgem moça, escabreada.
Ele: sedutor.

Atraída, meu nome encurtei.
Era “Cristina” - de fácil abordagem.
Tornei-me “Cris”, quando ele me beijou.

Namoramos e etc.
Casamos e reticências...

Quando dei por mim (risos) era “Tina”.
“Que estranho...”, eu achava.
Tanta sílaba cortada...
Pois é
“Tina” não era eu
Era Valentina


A PRIMEIRA VEZ DA LÉSBICA



Experiente, sabia ela já o que era sexo.
Conhecia as partes do corpo e os corpos anexos,
mas com aquele rapaz se deitava pela primeira vez...
Era estranho aquele papel socialmente preconcebido,
Ao qual teria dar a um homem sua libido.
Ela...

ECRÃ

Da tecnologia de ecrãs: as pessoas passam o tempo vendo a vida enquadrada nos monitores, depois, com câmeras em mãos, querem enquadrar qualquer vida para reabastecer os mesmos monitores. 
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CABEÇALHO



Sentado, arrumando-me para ir trabalhar. Abaixo-me e pego meus sapatos. Preencho meus pés com as meias. Paro. Deixo meu corpo cair na cama e derramo meus pensamentos no colchão... Uma memória, porém, fica atravessada entre os lençóis e minha esparramada cabeça: na primeira série do colégio tinha um professor que nos obrigava a preencher todo o cabeçalho antes de qualquer atividade escrita. Estudava no COESUFMA.

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DAMA DO INFERNO

Antes rainha da noite,
Agora pedinte de meio expediente.
Nem parece que foste tão bela!
Suja e maltratada
Não é mais do que a rua esburacada
Não é menos do que uma cadela!
Cá, eu, enquanto poeta,
Vítima também do descaso
Sabido que a desgraça é certa
E felicidade é mero acaso
Entendo do cheiro da merda
encontro sentido no estrago
Ah! Como a vida é mais fluída depois primeiro do trago!

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E se...

           Imagine queridase nós pudéssemos andar pelos tetos, de cabeça para baixo, tendo que tomar cuidado para não tropeçar nas ripas do telhado, tendo que pular o espaço que fica entre a porta e o finalzinho da parede para passar de cômodo em cômodo... 


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