(O presente é uma
existência trêmula)
Nasci da união de dois e me vi crescer em seus atos
desenlaçados. Quando pequeno os tinha horas juntos em tempos separados. Crescido,
desorientado, eu parti. Mas não sei por que raios, à casa, o bom filho sempre
retorna – feito praga. Atravesso os cômodos onde me dei por mim ou me dei por
gente, não sei ... Não sei bem certo a que ponto o cômodo me acalenta ou me
esmaga. Pois nesse lugar me fiz e me desfaço – epicentro de terremoto: origem,
fim, eu, destroço, rasgo. Remonto as peças de meu parto com as razões de meu
retorno. E de certa forma sempre volto aos dois colos de onde eu vim, como que
condenado a nascer de novo. E ser posto no mundo novamente é ser costurado ao
tempo, cerzido à realidade – daí esse eterno eco fremido de choro no qual o
passado refrata o agora.
Igor
Nascimento
21/06/2015
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