TORQUATO - "Bondade a gente só faz ou para se arrepender depois, ou por interesse, ou para dizer que fez"

           Realmente sem internet não dá para viver em São Luís. Sem estar conectado com resto do mundo sinto profundamente o marasmo da cidade. Por não gostar de assistir televisão, não sei o que estão falando nas ruas. Uma simples entrada no facebook e voilà: Zeca Pagodinho virou nosso messias.
             
           Entraremos de novo no ritmo anterior das postagens. Os processos estarão a todo vapor a partir deste mês de janeiro. Muita novidade está por vir. Pensei nesse final de ano em mandar uma mensagem de amor e esperança, mas descobri, logo no segundo parágrafo, que não tenho saco para cumprir o meu papel de cristão virtualmente.

            Para não começarmos assim, de forma tão ácida, entremos em 2013 com espírito de 2012: viremo-nos da melhor maneira possível! Rememos contra a correnteza para resolver nossos problemas individuais e em comum. Se a maré estiver a favor, rememos de volta para ajudar os que estão com dificuldades - o que é bem mais difícil e extremamente raro. Talvez seja o caso de pedir conselhos ao nosso Pagodeiro. Ou melhor, aos seus seguidores nas redes sociais que o consideram como o Salvador.

            Se ele fez o papel dele? Claro que fez! Isso é muito bom. Mas bondade não seria um motivo para soltar rojões como acontece a cada virada de ano (se for, estamos diante de um impasse). O que você tem que fazer ao ver algo benevolente é se inspirar nisso e passar adiante, se possível.

            Mas é muita maldade fazer caso do cara que viu seu bairro desmoronar e saiu de casa para ajudar os seus ser tido como aquele que irá reunir as tribos de Judá. No mais, por que não falar dos bombeiros, dos moradores, da polícia e dos enfermeiros? Talvez por que eles não sejam descendentes diretos do rei Davi, ou do "Brahma". Coisas da mídia, vai entender. É o que queremos pesquisar na montagem de Dona Derrisão.

5 comentários:

  1. vou tentar te visitar virtualmente mais vezes. minha conexão é de chip de celular, acredite.

    também não assisto televisão, mas ontem mesmo conversando com meu namorado percebi que essa atitude não é infalível para o que quero: distancia de cultura inútil e fútil. é que a gente sabe delas através dos outros que a assistem.

    ontem conheci a agenda cultural de janeiro/2013, publicada pela secma/governo do estado. nada para se fazer nesta terra dos sarney (sic). vivemos num exílio sem tamanho e não tem conexão banda larga que resolva.

    curioso para ver o espetáculo. gente diferente junta dá bom caldo.

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    1. A família Pequena Cia será um dos convidados de honra! Estamos trabalhando para criar um campo de discussão em cima do fazer, não somente da teoria. Companhias partilhando processos, oficinas, talentos, ingredientes para dito caldo. A internet é um meio propício para isso. Daí minha sensação de isolamento, ou de fragilidade sensitiva em relação a essas ondas midiáticas. É tão magnífico a troca de informações, a agilidade, a rapidez. Mas é preocupante o tanto de besteira que ela traz e quantas pessoas leva ao longo de seu curso.
      Abraço!

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  2. tal repercussão talvez aconteça por ele ser "artista"*. afinal, não é o que se diz por aí? que artista tem em si mesmo uma aura de sobrenaturalidade que o desumaniza e o põe numa categoria à parte dos outros mortais? que por isso se eles passeiam na praia merecem ser fotografados e exibidos em milhões de sites e revistas, imagine desempenhando sua cristandade.

    *veja bem, essas aspas problematizam o conceito de artista segundo os paradigmas da Rede Globo.

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  3. Criam e destroem suas próprias estrelas... repercutem o que interessam a eles mesmos !

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