De dia, o sol se impõe
diante dos homens: é todo céu. De cima, espicha e amassa sombras a bel prazer...
A calçada em concreto e as ruas de negrume asfalto choram seus vapores há muito
idos. Mesmo as horas dilatam, esbaforidas, até se aproximar a noite: só nesse
instante o astro, sorvido pela linha do horizonte, oferece trégua ao mundo. Porém,
prestes a retomar os laços sem-fim do universo ele se impõe, uma última vez, aos
nossos olhos. Rasga terra e céu, borrando de luz as nuvens e tingindo a abóboda
terrestre de cores parturientes. Em espetáculo soberbo ele se despede. Poente, entrega-se,
por fim, aos sussurros das outras estrelas.
Igor Nascimento
22/11/2015
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